
Um estudo desenvolvido pelo Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP trouxe avanços significativos no tratamento de pacientes com febre amarela grave.
A técnica, conhecida como troca plasmática terapêutica, foi aplicada durante os surtos de 2018 e 2019, resultando em uma redução de 84% na mortalidade entre os casos mais críticos.
Segundo dados apresentados, a mortalidade caiu de 85% para apenas 14% após a implementação intensiva do método.
De acordo com Vanderson Rocha, coautor do estudo e diretor do Serviço de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular do HC, a febre amarela pode causar hepatite fulminante, tornando o transplante de fígado uma alternativa limitada. Ele destacou que a troca de plasma atua removendo toxinas, citocinas inflamatórias e o próprio vírus do organismo. A gente tem que saber que o mais importante é evitar a doença. E, é claro, prevenir com a estratégia de vacinação, que é o que está sendo feito, afirmou Rocha.
Publicação científica e reconhecimento internacional
- O estudo foi publicado na revista Tropical Medicine and Infectious Disease, conforme relatado pelo jornal O Globo em 12 de fevereiro de 2025. A publicação destacou que a técnica já era utilizada para outras condições médicas graves e foi adaptada para lidar com as especificidades da febre amarela.
Além disso, profissionais de saúde de outros estados foram treinados para aplicar o método, ampliando seu alcance no Brasil.
Redução da necessidade de transplantes
Outro ponto relevante foi trazido pelo Estado de Minas, que destacou como a troca plasmática ajudou a reduzir a necessidade de transplantes de fígado em casos graves.
A matéria explicou que o protocolo foi adaptado com base em práticas europeias usadas para tratar outras hepatites fulminantes e mostrou resultados promissores no contexto brasileiro.
Importância da vacinação e próximos passos
Apesar dos avanços no tratamento, especialistas reforçam que a vacinação continua sendo a principal estratégia para prevenir surtos da doença.
A febre amarela é transmitida por mosquitos das espécies Aedes e Haemagogus e pode levar à morte em casos graves.
O estudo conduzido pela equipe liderada pela médica Ho Li representa um marco no manejo clínico da doença, mas os pesquisadores alertam que mais investigações são necessárias para validar os resultados em larga escala.
- Fonte: https://jornal.usp.br